
Sua mãe se casou novamente, e Saddam ganhou três meio-irmãos por este casamento. Seu padrasto, Ibrahim al-Hassan, tratado duramente Saddam depois de seu retorno. Em cerca de 10 anos de idade, Saddam fugiu da família e voltou a viver em Bagdá com seu tio, Kharaillah Tulfah. Tulfah, o pai da futura esposa de Saddam, era um devoto muçulmano sunita. Mais tarde em sua vida, os parentes de sua Tikrit nativos se tornariam alguns dos seus assessores mais próximos e apoiadores. De acordo com Saddam, ele aprendeu muitas coisas de seu tio, um nacionalista militante iraquiano. Sob a orientação de seu tio, ele frequentou uma escola secundária nacionalista em Bagdá. Em 1957, aos 20 anos, Saddam juntou-se ao revolucionário pan-árabe do Partido Baath, de que seu tio era um apoiante.
Saddam Hussein (esquerda) conversando com Ahmed Hassan al-Bakr (à direita).

No ano seguinte, Saddam invadiu esse país e começou a maior guerra da década, que se arrastou até 1988. O Iraque foi estimulado e armado pelos Estados Unidos, enquanto a União Soviética (URSS) apoiava o Irã. Também intervieram a Arábia Saudita e o Egito, com receio de que a revolução fundamentalista islâmica xiita se espalhasse por outros países do Oriente Médio.
O confronto nessa região produtora de petróleo deixou um milhão de mortos, dois milhões de feridos e um prejuízo de 400 bilhões de dólares.

Com o fim desse episódio, chamado de Guerra do Golfo, eclodiram revoltas de curdos - um dos povos mais antigos do mundo - no norte do Iraque, e de xiitas ao sul, contra o regime de Saddam - que as reprimiu com violência. Pressionado pela Organização das Nações Unidas, a ONU, o ditador começou a negociar com os dirigentes curdos um projeto de autonomia para o Curdistão: a região abrange, além do norte do Iraque, partes da Turquia, do Irã, da Síria e da Armênia.
Os problemas com os Estados Unidos e seus aliados prosseguiram após a Guerra do Golfo, causados pelas violações ao acordo de cessar-fogo. Saddam se comprometera a reconhecer as fronteiras do Kuwait, suspender a perseguição aos xiitas e curdos e permitir a inspeção e destruição de suas instalações de armas químicas, biológicas e nucleares. Não foi assim: ele impediu, em 1993, a entrada de inspetores de armamentos da Comissão Especial das Nações Unidas (Unscom). Com o risco de nova ação militar, Saddam retirou tropas da fronteira do Kuwait, em 1994, e reconheceu a soberania da nação vizinha. Dois anos depois, o Iraque, sob embargo comercial imposto pela ONU, por influência dos Estados Unidos, voltou a vender petróleo: a cada seis meses, podia exportar uma cota de óleo para comprar comida e remédios para a população, reduzida à miséria. Mesmo assim, Saddam ordenou a construção de um monumento em Bagdá para celebrar a Guerra do Golfo, além de encomendar um novo hino nacional.
Voltou a ser atacado, em 1998, pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido com o objetivo de "debilitar a capacidade iraquiana de produzir e usar armas de destruição em massa". O mesmo argumento foi usado cinco anos depois, por esses dois governos, em março de 2003, para invadir o país e assumir o controle de suas reservas de petróleo. Em 20 de março de 2003, a coalizão anglo-americana iniciou a intervenção militar no Iraque, sem a autorização do Conselho de Segurança da ONU.

Em 1º de janeiro de 2004, o Pentágono o reconheceu como "prisioneiro de guerra", e, em 30 de junho, transferiu sua custódia judicial ao novo Governo provisório iraquiano. Em 19 de outubro de 2005, um Tribunal Especial iraquiano iniciou o processo contra o ex-ditador, acusado de violações dos Direitos Humanos, incluindo crimes de guerra, contra a humanidade e genocídio. Durante os depoimentos, Saddam rejeitou as acusações e defendeu a invasão iraquiana no Kuwait. Em 5 de novembro de 2006, um ano e 15 dias após o início de seu julgamento, Saddam Hussein, 69, foi condenado à forca, considerado culpado do massacre, em 1982, de 148 xiitas no povoado de Dujail (sul do Iraque). Saddam já havia declarado que preferia o pelotão de fuzilamento, para morrer como um militar. A sentença pôs fim a um julgamento marcado pelo assassinato de três advogados de defesa, a troca do juiz-chefe e sucessivos adiamentos.
Nações e entidades contrárias à pena de morte - como a União Européia, o Vaticano e a ONU - se manifestaram contra a sentença e a defesa do ex-ditador pretendia alterá-la para a prisão perpétua.
Saddam Hussein, na frente de advogados, funcionários, e um médico às 6:07, horário de Bagdá foi enforcado em 30 de dezembro de 2006, aos 69 anos, de acordo com fontes televisão iraquiana.
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